Os números de 2012

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2012 deste blog.

Aqui está um resumo:

The new Boeing 787 Dreamliner can carry about 250 passengers. This blog was viewed about 1.300 times in 2012. If it were a Dreamliner, it would take about 5 trips to carry that many people.

Clique aqui para ver o relatório completo

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GPS Map para a Route 66

 

Para quem pensa cruzar a Route 66 com mais segurança, sem perigo de se perder pelo caminho, sugiro que adquira o programa para GPS do meu amigo River Pilot.

River Pilot Tours – Come Along For The Ride!

Route 66 GPS Turn By Turn & Attractions

Watch the video overview and how it works

Now you can drive Route 66 in either direction and not miss a thing. Turn by turn directions for all 8 states, 900 attractions, 450 pictures and commentary. You even get 36 audible languages for free.

Thought about driving the old road and saving time and money? Now you can.

Route 66 GPS Attractions Guide

Watch the video overview and how it works

The Route 66 GPS Attractions Guide includes over 900 attractions, 450 pictures and commentary. While you navigate the GPS provides the exact location and information about all of the attractions that line Route 66. Available in English and French.

For those that have a Garmin Nuvi or select TomTom and want to navigate by themselves.

Route 66 Tour

Route 66 Tour

Luxury Class Tour

Relax and let River Pilot Tours guide you down Route 66.

Dirt 66 Tour

Dirt 66 Tour

Adventure Class Tour

River Pilot Tours is the only company to offer Dirt 66 Tours. Take this opportunity to visit parts of the old road that most folks never see.

Route 66 GPS Rental

Route 66 GPS Tour

GPS Navigation

Visit Route 66 at your own pace and stay where you want. Rent our GPS and take your family on a trip or lead your own tour.


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Os números de 2011

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2011 deste blog.

Aqui está um resumo:

Um bonde de São Francisco leva 60 pessoas. Este blog foi visitado cerca de 3.000 vezes em 2011. Se fosse um bonde, eram precisas 50 viagens para as transportar.

Clique aqui para ver o relatório completo

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Curiosidades

Para quem gosta de carros rebaixados, eu cruzei com este aqui na Route 66 em Joplin no Missouri.

Encontrei em Santa Fe, Santa Monica e Los Angeles, mas devem ter por todo o país, estas maquininhas de estacionamento na rua. Tem uma para cada vaga e você insere $1 dolar em moedas de 25 centavos para estacionar por uma hora. Quando coloca as moedas um timer começa a contar o tempo. Não vi em nenhum lugar alguém que fiscalizasse as maquininhas, mas todo mundo coloca as moedinhas.

Por falar em fiscalização, em Santa Fe eu entrei em um estacionamento para deixar o carro, mas como em vários lugares aqui, não havia ninguém para atender. Tinha que pagar o estacionamento em uma máquina e pegar um ticket. Eu fiz o procedimento, porém, levei o ticket comigo e deveria te-lo deixado no interior do carro, à vista. Espero que não tenham fiscalizado gerando uma multa para mim.

McDonalds

Aqui nos McDonalds as pessoas comem hambúrgueres pela manhã, normalmente. O público que eu mais encotrei nos Macs aqui eram velhinhos de mais de 70 anos. Aqui não é como no Brasil que tem McLanche Feliz e parquinhos nas lanchonetes. Aqui na entrada tem andadores, bengalas, remedios para pressão e fixadores para dentaduras eehehe.

McDonalds Melhor Idade

Na fronteira entre o Arizona e a Califórnia, há um centro de inspeção onde todos veículos devem passar. É algum controle que eu não sei bem o porquê, mas existe. Quando fui passar, parei o carro e o agente, com uma cara de mau me perguntou: “De onde você está vindo?” Eu parei um pouco pra pensar, pensei, pensei e disse: “Esqueci de onde estou vindo senhor”… O cara me olhou com uma cara de quem jamais imaginaria receber uma resposta como aquela… e os carros foram se acumulando atrás de mim! O cara só falou: Vai em frente rapaz, vai em frente! Eu saí dali tentando lembrar de onde estava vindo…. depois dei umas gargalhadas com o fato ocorrido. Que tipo de gente dá uma resposta dessas? Só um perdido…

Fronteira: Esquecí!

Em New York entrei em um Burguer King, para experimentar o sanduíche no local original… O lugar parecia um bar. Uns sujeitos mal encarados sentados, olhando para a TV e outros lendo revistas ou conversando. Pedi o sanduíche e demorou 15 minutos para ficar pronto. Um atendimento extremamente precário. Tinha uma mulher na minha frente esperando 20 minutos já e estava xingando todo mundo do lugar… O lugar onde se preparava os sandubas, estava vazio… as vezes aparecia um sujeitinho e colocava uma alface em um pão e sumia! Neste Burguer King não tinha aquela historia de encher o copo de refrigerante…. o copo já é preenchido pela atendente. Só nos McDonalds que há esta opção de você colocar a bebida, mas para encher de novo tem que pagar o refil.

Pessoal da pesada no BK

Para saberem porquê eu tenho este nome, meus pais sempre gostaram muito de música e cinema. Em minha familia todos tem o dom musical no sangue. O nome Glenn estava na lista de possíveis nomes para o novo bebê da familia (eu), por causa do maestro Glenn Miller e também por causa do ator Glenn Ford, que atuou no cinema dos anos 30 aos anos 80 e minha avó materna gostava muito. No dia em que eu nasci, minha mãe sentiu a minha chegada e começaram os preparativos para irem para a maternidade. Antes disso, tranquilamente ela foi tomar um banho, porém, com a porta do banheiro aberta – caso ocorresse uma eventual emergencia na hora. No rádio da cozinha que estava ligado começou a tocar uma música de Glenn Miller, então neste momento minha mãe decidiu o nome.

Glenn Ford como Jonathan Kent em Superman (1978)

Glenn Miller foi um músico de muito sucesso nos anos 30 e formou sua própria orquestra em 1937. Na segunda guerra mundial ele ingressou no exército americano tendo lhe sido dado o posto de capitão e mais tarde promovido a major e diretor da banda das forças aéreas do exército americano na Europa. Glenn fazia apresentações com a banda nos acampamentos para tentar aliviar um pouco a tensão da guerra causada aos soldados. Em 1944, ao voar da Inglaterra para Paris, seu avião e todos os ocupantes desapareceram. Nem os corpos nem os destroços da aeronave foram avistados ou recuperados.

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Dia 12

Fim da estrada

O desafio chegou ao fim. Após momentos emocionantes, inusitados, cansativos e de extrêma superação, cheguei ao fim da rota dos meus sonhos. Não sei muito o que dizer pois é uma sensação estranha, diferente de tudo que já senti, aliás, toda esta viagem me proporcionou sentimentos que jamais houvera experimentado. Uma viagem pelo coração dos Estados Unidos, um país que somente conhecia por fotos e fatos, por notícias televisivas, filmes e histórias que meu pai contava de tempos que viveu por aqui. Agora, depois de cruzar 8 estados e mais de 200 cidades percorrendo a Main Street of America, posso dizer que conheço um pouco da história e cultura deste país.

Incrivelmente, ou poderia dizer naturalmente, apesar do pouco planejamento, tudo ocorreu da melhor maneira possível. Quando temos um objetivo em mente e confiança, nada pode dar errado. Minha própria mente tentou me enganar algumas vezes, me causando certa apreenção, desde o primeiro ao último dia da viagem, mas esta artimanha mental não foi capaz de atrapalhar meus objetivos e nem sequer atrapalhar a conclusão do meu roteiro que tinha início e fim estabelecidos. Tenho certeza que este será um marco para minha vida, um divisor de águas na minha trajetória e que sigo para uma nova etapa da minha existência.

Queria agradecer as pessoas queridas que me deram incentivo acompanhando este espaço onde compartilhei as minhas experiências no percurso da Route 66. Confesso que já no segundo dia de viagem eu estava apreensivo e me questionando se realmente deveria e conseguiria terminá-la. Mas não desisti! E os vários comentários e e-mails que recebi, de amigos, parentes e até de pessoas que não conheço ainda, me motivaram decisivamente à continuar firme e forte no percurso.

Obrigado aos meus pais que me ofereceram todos os recursos que um filho precisa, recursos restritos, porém suficientes, os quais sabendo fazer um bom uso, me proporcionaram a oportunidade de concretizar objetivos e metas muito importantes, incluindo agora esta viagem.

Aos que têem sonhos, nunca os abandone. Somos dotados de uma força interior que é capaz de realizar qualquer coisa, não importa o quanto pareça difícil. Esta força está dentro de cada um e apenas nós mesmos podemos descobri-la.

“Tudo o que a gente realmente quer, a gente consegue” – George McFly em Back to the Future part I

Para escrever este blog usei como referências, além de minhas próprias experiências na estrada:

– EZ 66 – Route 66 Guide for Travelers – Jerry McClanahan – 2nd Edition (Guia que comprei em Cuba – MO, por indicação do River. Contém mapas e atrações de cada cidade que a Route 66 passa. Sem este guia eu estaria perdido)

– Route 66 – Planejamento Estratégico – Sergio Motta (Apesar de não ter usado muito o planejamento estratégico para esta viagem, usei referências deste livro para descrever alguns lugares e cidades, coisa que o Sérgio faz muito bem.)

Muito obrigado!

Glenn Rickert

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Dia 11

Hoover Dam

Saí de Las Vegas hoje cedo com destino à Kingman novamente, para retornar à Route 66. Antes, passei pela Hoover Dam, uma represa que foi contruída em 1932 e gera energia para toda a cidade de Las vegas e boa parte dos estados de Nevada, Arizona e Utah. É também o local que aparece sendo destruído no filme Superman, o melhor filme de super-herói feito até hoje (em minha opinião). E isso  que o filme é de 1978. O local é muito bonito e a água lá em baixo tem uma tonalidade azul esverdeada. Passei por cima da represa sob um sol de 40 graus!!! Pedi para uma senhorona tirar uma foto minha, mas é interessante que as pessoas acham que quando eu peço para tirar uma foto minha, apenas eu tenho que aparecer. Se fosse assim eu tirava uma foto do espelho! Sem comentários…

Cadê a água lá de baixo minha senhora, cadê?

Saí de Hoover Dam e encarei um deserto de montanhas de terra e areia até Kingman. Voltando à Main Street, segui para Cool Springs, um lugarejo onde a estrada mãe começa a ficar sinuosa, cheia de curvas. É como uma subida de serra, mas com curvas totalmente fechadas. Depois de subir, a descida também é sinuosa até a chegada em Oatman. Oatman é uma cidadezinha estilho velho oeste com Saloons e tudo mais. Só faltava ser uma rua de chão batido. Você

Burrico na pista

precisa andar muito devagar para não atropelar os burricos que andam no meio da rua. Quando algum carro para, os burros vêem comprimentar na janela e perguntar as boas novas, um sarro! Saindo de Oatman parti rumo à divisa com a Califórnia!

Wagon Wheel em Needles

Finalmente cheguei à terra do cinema! A placa de boas vindas à California me causou impacto. Relembrei um pouco de cada estado e cada lugar que passei e agora a viagem já começa a ter um clima de despedida. A primeira cidade a passar foi Needles. Há uma história que diz que a cidade tem este nome por ser possível dali enxergar as Black Mountains, no estado do Arizona e que parecem agulhas (Needles). A cidade tem varios muros pintados com estilo antigo e com o emblema da Route 66. Parei um pouco para tomar um ar no Wagon Wheel Restaurant, mesmo nome do Motel em Cuba no Missouri. Depois dali peguei um longo trecho do deserto Mojave. No caminho não há placas, mas há a todo momento o emblema da Route 66 no asfalto já maltratado pelo tempo. Muitos diretores já usaram a paisagem de areias grossas e escuras do Deserto Mojave em seus filmes, na história do cinema. Mais adiante está Bagdad, lugar desértico que deu nome ao filme alemão Bagdad Cafe de 1987.

Bagdad Cafe (1987 – Alemanha)

Um clássico do cinema europeu dirigido por Percy Adlon. Após brigar com o marido, uma turista alemã é jogada pra fora do carro no meio do deserto do Arizona e sai caminhando arrastando uma mala até chegar ao Bagdad Cafe, um lugar que além de café é um posto de gasolina e motel. Lá ela conhece a dona do local que também acabou de brigar com o marido e juntas iniciam uma linda história de superação pessoal contada com belíssimos detalhes de cenários, figurinos, objetos de cenas e lindas paisagens. O filme também conta com a brilhante atuação do ator Jack Palance.

Enfim, fiz uma breve descrição do filme porque algumas milhas adiante, chegando a Newberry Springs dei de cara com o Bagdad Cafe, um dos momentos mais emocionantes desta viagem. Depois de muita reta no meio do deserto surgiu uma casa vermelha no meio do nada! Eu sabia que o lugar existia, porém com outro nome.  No entanto, lá estava eu no autêntico Bagdad Cafe, no deserto da California. Entrei no local que informava “Aberto 7 dias por semana das 7 às 19h”. No interior, além do café, uma pequena exposição de cartazes com mensagens de pessoas do mundo inteiro que já estiveram por ali, uma jukebox funcionando perfeitamente e algumas quinquilharias sobre a Route 66. O local estava vazio, apenas com a proprietária Audrey e um homem, e estavam conversando sobre alguma entrega recém feita. Ao notarem minha presença foram

Mixer usado no fillme

extremamente hospitaleiros, perguntaram o que eu gostaria de beber e o homem ligou uma música na Jukebox. Escolhi entre as opções, um milk shake. Nada como uma bebida gelada depois de alguns kilometros no deserto árido. O bom homem que preparava o milk shake (esqueci o nome dele) informou com orgulho que o mixer que estava usando era o mesmo que foi utilizado no filme e que muitos dos objetos ali são os mesmos que aparecem na obra cinematográfica. Eles ficaram extasiados com a minha viagem de Chicago a Santa Monica. Me aconcelharam passar por Hollywood. Audrey a proprietária disse que é como eu e também gosta de fazer as coisas sozinha. Eu perguntei quando o lugar assumiu o nome de Bagdad Cafe, visto que antes era chamado de Sidewinder Cafe… ela disse com precisão que foi no dia 17 de novembro de 1995. Realmente foi uma ótima idéia assumir o nome de Bagdad Cafe devido ao sucesso que o filme teve. Muitos turistas vão em busca do lugar que tornou-se mundialmente conhecido. Antes de partir, tirei uma foto com a simpatissíssima proprietária do café, a qual aparece a famosa garrafa térmica amarela usada no filme, pendurada na parede. Neste tempo entraram turistas Holandeses e Franceses no lugar. Os donos atenderam simpaticamente de igual forma, se oferecendo para tirar fotos e dar explicações sobre o “set de filmagens”. Saí dali com uma alegria incessante e carregado positivamente pela simpatia daquelas nobres pessoas. Dali segui para Barstow, onde passarei a noite de hoje.

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Dia 10

Saindo de Seligman, dei de cara como Mate, do filme Carros. Pelo menos caracterizaram a velha caminhonete para parecer com ele. Realmente Seligman vive o espírito da Route 66. A próxima parada seria em Peach Springs. Antes, mais um parque para conhecer, o Grand Canyon Caverns. O tour dura 45 minutos e é acompanhado de um guia que apresenta e conta algumas histórias sobre a grande caverna. O local era ponto de exploração de pedras preciosas, mas virou uma atração turística em meados dos anos 60. Há uma placa na entrada que diz: O lugar mais inusitado do mundo para passar a noite. Isso porque há um quarto com cama, TV, Sofá, tudo o que é necessário para uma pernoite. Segundo o guia Jonny, para passar a noite ali você tem que desembolsar $ 750.00 dólares. Mais de 200 casais já pernoitaram ali. Interessante que também já foram realizados alguns casamentos no local.

Quarto na caverna

Em uma das paredes rochosas, jonny apontou a lanterna para 5 bouquets de noivas que foram deixados ali. Inclusive o do primeiro casamento, de 1964, que está com as flores bem secas, mas ainda existe. Segundo ele, o local, que fica a 64 metros abaixo da terra, não possui nenhum microorganismo, nada vivo. Nem insetos, nem bactérias. Isso explica a presença dos bouquets de flores secas ali depois de tanto tempo.

Bob Cat

Também há um gato chamado Bob, que viveu por ali e depois que morreu foi mumificado naturalmente. Novamente a falta de microorganismos preservou o animal ali desde sua morte, por volta de 1850. Outra curiosidade interessante é o armazenamento de mantimentos e água que estão estocados lá desde os anos 60.

Mantimento estocado

Segundo o guia, o presidente Kennedy estava receioso na época quanto ao surgimento de uma terceira guerra mundial e isso fez com que os moradores da região estocassem na caverna latas com comida, garrafas de água e medicamentos, tudo enviado pelo próprio governo americano. Mais uma vez a falta de microorganismos vivos na caverna preservou todo este estoque até hoje. A quantidade de mantimentos manteria 2000 pessoas por duas semanas e foi deixado intacto no lugar servindo como atração.

Saindo das cavernas mais algumas milhas para chegar a Peach Springs. Estava curioso em saber o que veria por lá. Imanei que seria uma cidade alegre, com muitas atrações focadas na animação da Pixar, mas que nada, a descepção foi total. Não havia simplesmente nada. Nenhuma mensão se quer à Route 66. Fiquei muito instigado e resolvi sair do traçado e entrar mais no interior da cidade que é minúscula. Realmente não havia nada. Apenas uma escola e um predio grande onde funciona a central da Reserva Indígena Hualapai. Foi aí que eu entendi. Passando pela cidade, só haviam casas e mais uma vez ninguém pelas ruas. Em certo momento vi duas crianças de aparencia indígena brincando na calçada. Depois um outro grupo de pessoas em um quintal e eram todos com cara de índios. Nos carros que eu cruzei na rua também pessoas com traços indígenas. Tava explicado… esta é uma região de preservação da reserva dos índios Hualapai. Todos lá são índios e logicamente não moram mais em cabanas ou ocas. São índios modernos, que andam vestidos com calças jeans e com suas caminhonetes 4×4, etc. Saí de lá e retornei à rota.

Power House em Kingman

A próxima cidade seria Kingman, uma cidade já maior e com algumas atrações sobre a Route 66.  Lá a Main Street vira a Andy Devine BLVD que corta um bom pedaço da cidade com muitos moteis, diners, gift shops, etc. Cheguei até o Power House Visitors Center que tem um museus sobre a Route e um loja de artigos da 66. No museu algumas placas antigas e algumas réplicas de ambientes como Gas Stations e lanchonetes. Um lugar bem interessante. No fim da esposição era exibido em um mini cinema um documentário sobre a Route 66 no Arizona, principalmente o trecho entre Seligman à Kingman, que é um trajeto bem atrativo porque está bem distante da interestadual I-40.

Museu na Power House

O doc conta como a cidade de Seligman reagiu à desativação da Route nos anos 80 e imediatamente respondeu, com a criação de assossiações para manter aquele caminho ativo e desde os anos 80 a cidade já era cheia de lojas de artigos sobre a 66 e um ponto de encontro dos apaixonados pela Main Street, como é ainda hoje.

Saindo de Kingman peguei um desvio da rota pela Route 93 para Las Vegas para conhecer a famosa cidade dos Cassinos. Já estava perto das 5:00 pm e fiquei apreensivo, pois meus planos eram de chegar lá numa segunda-feira, mas acabei adiantando para sábado e não sabia que tipo de movimento encontraria e se acharia moteis com um bom valor. Acabei errando a entrada principal de cidade e fiz um contorno para tentar chegar mais perto. Em Vegas os acessos são por vias enormes, cheias de viadutos, se você erra uma vez, tem que andar bastante para voltar ao lugar que devia entrar, um pouco Parecido com São Paulo, embora a cidade seja bem menor. Enfim, acabei entrando na Las Vegas Blvd que tem uma série de Moteis em sequencia com preços acessíveis conforme os outros lugares que passei percorrendo a 66. Fiquei no Fun City, um

Fun City Motel

pouco longe de Downtown, mas foi bom para caminhar e conhecer um pouco da cidade. Las Vegas é famosa pelas capelas de casamento. Na rua que caminhei haviam pelo menos umas 10. Cheguei em Downtown Las Vegas, a parte mais recheada de eventos da idade. Aquilo é um antro de perdição. Pode se comparar um pouco com a Times Square de NY. Uma mistura de gente, lojas de presentes, camisetas, quinquilharias e claro, os cassinos.

Capela de casórios

E tudo isso com mais um agravante, ou melhorante, dependendo do ponto de vista: Cheio de mulheres de shortinhos e barriga de fora, dançando nos balcões de bares, fantasiadas para tirar fotos na avenida principal, e também trabalhando como crupiês nos cassinos. Um ambiente bastante apelativo. Fora isso, a rua tem um monte de artistas e pseudo artistas fazendo alguma coisa para tentar levar alguns dólares… Tem gente fantasiada de bichinhos para tirar fotos com crianças, mas com fantasias totalmente encardidas, tem chinês tocando um instrumento estranho, tem gêmeas fantasiadas com alegorais carnavalescas, e tem palcos em alguns pontos onde ocorrem algumas apresentações esporádicas.

Garotas dançando no balcão do bar

Além disso, o teto côncavo na extensão da avenida é um telão que a cada hora é acionado, desligando as luzes dos letreiros de todos os cassinos e passa video clipes com animações, quando  todos ficam olhando para cima. Um show de entretenimento. Já que estava em Vegas, tive que fazer uma apostinha em um dos cassinos.  Peguei $20 em fichas para jogar na roleta de 1$. Em 10 minutos eu já estava com $70 na mão… já vieram me oferecer bebidas e tudo mais. ahaha, que sarro. No fim, minha sorte não me levou muito longe e acabei perdendo tudo! Os cassinos são cheios de pessoas visivelmente viciadas em jogo. As pessoas se perdem ali.

Raymond & Charile Babbit no Stratosphere

Fui embora sem ver aquele glamour dos cassinos do cinema. Pelo menos ali não tinha cara de hollywood. Na volta parei para comer comida venezuelana em uma esquina perto do Motel. Resolvi entrar em um outro cassino, o Stratosphere, onde Tom Cruise e Dustin Hoffman ganham uma bolada no filme Rain Man.. Este bem afastado da Downtown e o ambiente era melhor realmente, mas  mesmo assim, acho que não batia o luxo do cassino que fui na Argentina com meu primo Norton no ano passado e conseguimos ganhar R$ 600,00 apostando R$ 50.

Stratosphere Casino

Com certeza os cassinos de luxo de Las Vegas devem estar em outro lugar, mas eu não conseguiria entrar de bermuda e camiseta… Vou voltar para Kingman e pegar um caminho legal da Route 66. Próximo encontro na Califórnia!

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Dia 9

Manhã em Flagstaff

O dia amanheceu chuvoso em Flagstaff. Arrumei as coisas e fui tomar o tal free breakfest do motel. Só café (ruim), leite, pão, manteiga e uns bolinhos… Comi e fui dar uma volta na cidade. Flagstaff tem este nome porque, quando foi fundanda, era exatamente o ano do primeiro centenário da independência americana. Para comemorar o importante dia, um grupo que veio de Boston em busca de terras e acampou ali, tirou os galhos de um pinheiro e hasteou a bandeira americana nele. Tempos depois, aquelas pessoas se mudaram dali porque a terra era de péssima qualidade, mas o mastro de bandeira ficou. Então, o ponto virou uma referência para os viajantes da época. Dizia-se, vá na direção oeste até achar um mastro de bandeira (Flagstaff). Na avenida Santa Fé, que é

The Museum Bar

um pedaço da Route 66 na cidade, estão os principais pontos atrativos da cidade. O The Museum Club é um bar que foi inaugurado por volta dos anos 20 e é ponto obrigatório para os viajantes da Route. Dali segui pela W-180 rumo ao Grand Canyon.

Difícil expressar em palavras as sensações que este lugar causa. É uma imensidão de abismos, rochas, pedras, terras… uma grandiosidade emocionante. O parque é enorme. A entrada que custa $25 dolares é válida por 7 dias. É simplesmente impossível de ver tudo em um dia só, aliás, acho que nem em 7 dias daria para ver tudo.

Uma das vistas do lado leste

Há uma central de visitantes onde você estaciona o carro e então pode pegar linhas de onibus gratuitas para os pontos de atração do parque. São 4 linhas: Azul, laranja, vermelha e purpura. Ali eu vi que minhas intenções de ir hoje ainda para Las Vegas tinham ido por água abaixo. Bem, tratei de aproveitar o parque. Comecei pela linha laranja que vai para o leste do parque. Em cada parada, os onibus passam de 15 em 15 minutos, sem atraso. Desci na primeira e tive o primeiro contato visual com a imensidão do Grand Canyon. É de arrepiar. Nesta parada, além de você admirar lá do alto a visão, há a opção de uma trila a pé, que desce pelas rochas até o Rio Colorado. Bem, já que eu estava ali, desci morro abaixo. É muito exaustante descer aquele caminho. Simplesmente não tinha mais fim. Eu já estava descendo há mais de uma hora e pensando na hora de voltar. Foi quando vi uma placa de Atenção: Não tente descer até o rio e voltar no mesmo dia, você pode até morrer! Putz, sendo assim, tratei de voltar, pois eu não estava nem um pouco perto do nivel do rio. A volta foi uma barra! Sol das 11h na cabeça, muita terra, meu tenis que era preto ficou marrom, as meias também, e a roupa toda molhada de suor… crendiospadre… mas enfim, voltei ao topo. Para esta descida há também a opção de fazer o caminho em mulas, mas para isso você deve reservar com meses de antecedência. Depois olhando nos painéis do parque, vi que são explicadas as trilhas a pé que você pode fazer. Desde caminhadas de 2 horas até outras de 8 horas! E alguns lugares que você tem que acampar porque não dá para voltar no mesmo dia. Para quem curte caminhadas em trilhas, não há lugar melhor. Depois desta tentativa que fiz de descer aquele caminho, resolvi ficar curtindo o visual pelos point views que os onibus levavam. Na pausa para um lanche, compartilhei a refeição com um pequeno amigo.

Ainda do lado leste havia mais um mirante e depois retornei para pegar a linha azul, que leva para vários pontos dentro do parque, os quais tinham restaurantes, lojas de presentes, estacionamentos para traillers e até um hotel! Há um hotel lá dentro. Claro que deve ser um absurdo de caro, mas quem pode pode. Na ultima parada da linha azul é possível fazer uma conexão para a linha vermelha, a qual percorre a parte oeste do parque e foi nela que entrei. Na parte oeste há vários pontos de observação e você pode parar em todos, ver, tirar fotos e depois de 15 minutos pegar o próximo onibus para a próxima parada. Ou ainda caminhar de uma parada a outra, que tem distâncias que podem variar de 1km a 4 km. Fiz esta mais curta de 1 km e aproveitei bastante a paisagem. No parque a maioria das pessoas que vi eram turistas de outros países. Os que consegui reconhecer eram franceses, italianos, japoneses, indianos e alemães. Fui requisitado por um casal vindo de Frankfurt para tirar uma foto e aproveitei para praticar meu alemão que andava enferrujado. Falei: Ein, zwei, drei (Um, dois, treis) e bati a foto… linda por sinal! No quinto point view da linha vermelha

Vista do lado Oeste

começou a cair uma chuvona! A paisagem mudou totalmente, mal dava para enxergar alguma coisa dos canyons. Ali percebi que era a minha hora de deixar o parque e seguir meu caminho pela Main Street. Deixei o parque nacional com imagens e lembranças inesquecíveis.

Kaibab Forrest

Voltando ao rumo da rota, tentei ao máximo me livrar daquele pó vermelho que impregnou nas minhas roupas e na pele e peguei a estrada. Morrendo de fome, lembrei do sanduiche congelado que estava no carro. Problema resolvido! No calor, enquanto eu derretia descendo e subindo os canyons, o sanduíche foi cozinhando dentro do pacote no chão do forno, digo, do carro. Quando abri, até o cheddar estava derretido, uma maravilha! Peguei a rodovia 64 para o sul rumo a Williams para continuar a viagem para o oeste. Neste caminho a paisagem do Arizona é bem diferente, com muita área verde e muitos pinheiros. Nem parece o mesmo lugar. As imediações do Grand Canyon é chamada de Kaibab Forrest.

Cheguei a Williams, uma pequena cidade a qual a Route passa e não tem muitos atrativos. Dalí é obrigatório pegar a Interstate 40 para seguir adiante. A partir de Williams já há placas a todo o momento informando a distância até Los Angeles… mais ou menos 450 milhas… tô chegando!  A próxima cidade a qual há uma saída da I-40 para um pequeno trecho da Route 66 é Ash Fork. O lugar é famoso

Desoto's Salão de Beleza

por ter muitas lojas de lajotas… vi algumas na avenida que corta a cidade. O ponto mais atrativo é o Desoto’s Beauty and Barber Shop, um salão de beleza que foi feito onde antigamente era um posto de gasolina. Saindo dali, mais um trecho da I-40 até a saída 139, a qual supostamente o Relâmpago McQueen pegou por engano depois que o caminhão que o transportava pegou no sono… Esta saída é uma parte original da Route 66 que se separa bem da Interstate, por isso a saga do filme Carros pode ter sido inspirada nesta região, principalmenten porque mais adiante, depois da Grand Canyon Caverns, está a cidade Peach Springs. No filme a cidade chama-se Radiator Springs. Mas esta eu só vou passar amanhã, pois acabei ficando na primeira cidade que se chama Seligman. Aqui, há apenas uma avenida na cidade, que é a Main Street. Há pelo menos umas 10 lojas de artigos da Route 66, nunca vi tantas. Visivelmente a cidade se mantém com os turistas que cruzam a estrada. Dentre as atrações está o Historic Route 66 Motel. Eu acabei ficando no Deluxe Inn Route 66. O proprietário para variar era um indiano. Como o senhor era bastante falante e não parava de falar no Pelé, eu perguntei por que neste ramo de motéis há tantos indianos… ele disse que não sabia que haviam em outros estados, mas só no Arizona, a familia dele possui 21 motéis!

Delux Inn: Pelé is very good!

É isso. Amanhã Las Vegas! Aí sim verei se vou embora no inicio do próximo mês ou vou ficar mais um pouco aqui gastando os dólares que ganharei na roleta!

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Dia 8

Glenn`s Bakery

Depois do exaustivo dia anterior no New Mexico, acordei revigorado em Gallup, fronteira com o Arizona, depois de muitas horas de sono. Fiquei apreensivo quanto a o que achar no Arizona, lugar que na minha cabeça, seria mais deserto ainda. Ainda em Gallup algumas atrações interessantes como o Glenn’s Bakery, a melhor padaria do oeste… Só podia ser. Em Gallup a Route 66 é uma avenida bem larga e possui muitos estabelecimentos que levam o nome ou placas da Main Street. Também há o Aeroporto Municipal de Gallup o qual entrei para dar uma olhada. Dali segui para o Arizona.

No Arizona tudo muda novamente. Uma infinidade de rochas e penhascos cortam as planicies e uma vegetação de arbustos toma conta da paisagem. Da primeira cidade que é Lipton até Holbrook a Route 66 praticamente deixou de existir. Há algumas opções de Dirt 66, mas já tive a experiência de pegar uma dessas e não quero mais não. São terrenos muito acidentados e não pavimentados. Desta forma o jeito foi seguir pela I-40. Antes de pegar a Interstate, na fronteira dos estados peguei um bom pedaço da Main Street para curtir o novo visual que começaria a ter dali em diante. Segui em frente refletindo sobre a estrada da vida…

Adiante pela I-40 placas informavam sobre a chegada a um parque nacional. Foi o primeiro que tive contato até agora. Talvez por seguir pela Route 66 eu tenha perdido alguns pelo caminho. O parque em questão era o Petrified Forrest Nacional Park. Como o nome diz, é uma floresta petrificada. Realmente um espetáculo da natureza e um ótimo aperitivo para quem está chegando perto do Grand Canyon. Faltando 2 milhas para a chegada à entrada do parque, uma placa informava para sintonizar a estação 1610 AM no rádio, para obter informações sobre o parque.

Casa dos Flintstones no Painted Desert

No radio, eles explicam tudo sobre a visitação, valor a pagar, recomendações como não tirar nenhuma pedra do lugar, não coletar rochas, etc. O parque é enorme e a visitação é feita de carro. Na entrada a guarda-florestal perguntou se tinha alguma pedra no meu carro… na saída eles fazem uma inspeção, pois tudo lá é patrimonio arqueológico e só para ser observado. No caminho há muitos pontos de paradas, como mirantes para as paisagens. Tudo muito bem estruturado, com dois museus, varios pontos com banheiros, água e telefone. Na via do parque que supostamente cruzaria a Route 66 que não existe mais ali, uma homenagem à Main Street com um carro dos anos 20 e um mapa que mostra o início e o fim da Route. As atrações as mais legais do parque são o Painted Desert, um deserto com pequenas montanhas com terras de variadas cores. A Newspaper Rock, uma rocha com inscrições de povos indígenas antigos que estima-se que sejam de 25.000 anos. Para ver esta pedra só com auxílio de uma luneta no local. Dá pra ver direitinho as garatujas que os nossos antiguíssimos ancestrais fizeram. E por ultimo a Blue Mesa, um caminho que se faz a pé, no meio de uma região que eu nunca vi nada parecido.


Wingman Village

Saindo do parque, peguei a W-180 em direção a Holbrook. Lá, visitei a mais procurada atração da cidade, o Wingman Village. É um Motel em que as acomodações são réplicas de cabanas de índios. E tem tudo dentro, cama, TV, ar condicionado etc. Uma pena ainda ser cedo e eu não poder ficar por ali. Como decoração do local, tem também alguns carros antigos estacionados na frente das ocas. A cidade seguinte era Joseph City. Na entrada uma placa dizia que a melhor coisa na cidade eram as pessoas. Talvez por isso não encontrei ninguem… Todos os estabelecimentos que passei estavam fechados. Saindo da cidade encontrei o famoso Jack Rabbit Trading Post. Segundo fontes, este é considerado um dos símbolos da Route 66. Para os proprietários, se você não conhecer o Jack Rabbit, você não pode dizer que esteve no sudoeste. Eu conheci!

A próxima cidade no caminho era a agradável Winslow que possui um trecho original da Route 66 dentro da cidade. Lá pude entrar e conhecer o Standin’ on the Corner, uma loja especializada em artigos soubre a 66 e com trilha sonora do Eagles. A banda colocou o nome de Winslow na musica Take it Easy e esta virou hino da cidade. Na esquina da rua Kingsley com a 2nd street onde fica a loja, no lado oposto, está a estátua do guitarrista da famosa banda, o que foi uma homenagem da cidade em retribuição à musica feita. A música toca tanto dentro quando fora da loja, onde estão intalados auto-falantes na calçada.

Esquina famosa de Winslow

Quando fui bater uma foto, estava difícil achar um apoio para a camera, contudo, duas moças simpatissíssimas se aproximaram, também com cameras nas mãos e se ofereceram para tirar a foto para mim, desque que eu tirasse para elas também. Perguntaram de onde eu era e ficaram surpresas sobre eu estar vindo de Chicago dirigindo. Ao saber que meu destino final era Santa Monica na Califórnia, não deu outra, elas queriam ir junto!!! Mas como eu não tinha remédio para pressão no carro, elas desistiram. Uma tinha 77 e a outra 79 anos!

Meteor Crater

Saindo de Winslow, mais um parque para visitar, o Meteor Crater. Uma reserva onde caiu um meteoro há mais de 50.000 anos atrás, abrindo uma cratera de quase 4 km de diâmetro. O local possui, além de mirantes com lunetas e telescopios para admirar a cratera, um centro com várias informações sobre meteoros, crateras em outros lugares do mundo, simuladores de impactos onde você pode escolher o tamanho, angulo, velocidade, densidade do meteoro e escolher em qual planeta quer jogá-lo. Daí você pode ver o estrago que causaria. Consegui destruir todo o território americano na simulação que eu fiz! ops…

Entrada para Winona

Enfim, depois de um dia cansativo de parques nacionais e outras atrações, peguei a estrada para tentar chegar em Williams. Voltei a experimentar a paisagem do deserto com longas planícies, penhascos, rochas e aquela terra arenosa de cores diferentes, com arbustos esparsos. Finalmente cheguei a Winona. Não esqueci dela como avisa a musíca de Bobby Troup – Get Your Kicks on Route 66 – mas como o lugar é um ovo, acabou passando e eu não vi nada! De lá cheguei a Flagstaff, cidade de maior porte que me deixou na dúvida se passava ou ficava por ali, pois o dia todo visitando os parques consumiu muito tempo. Então resolvi ficar e me hospedei no Travelodge. Achei um pouco caro, mas a mocinha da recepção disse que em Flagstaff tudo é caro devido à sua proximidade com o Grand Canyon. Há muitos turistas que se hospedam aqui para pode ir até o Canyon pela manhã e com isso o pessoal enfia a faca! Pelo menos terá Breakfest grátis.

Travelodge - Café da manhã grátis

Deixei as coisas no quarto e fui a pé a um mercado próximo. Comprei um sanduiche congelado, daqueles de colocar no microondas mas no fim, quando voltei, cade o microondas que eu tinha visto? Acho que tinha visto nos ultimos 2 moteis mas não aqui, agora não sei o que vou fazer com u sanduiche duro! To perdido!

Amanhã Grand Canyon!

Distância percorrida

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Dia 7

Mc Donald`s em Santa Fe. Arquitetura pitoresca.

Saindo da pitoresca cidade de Santa Fe no New Mexico, o que vi foi estrada, desertos, canyons e mais estrada. Não sei se devido à condição climática da região ou pela própria geografia de terrenos acidentados, aquele glamour que encontrei em algumas cidades que a Route 66 passa eu não vi mais por aqui.

O New Mexico é um território que foi muito habitado por indígenas e ainda existem muitas aldeias por aqui. No século XVI os exploradores espanhóis vieram do Mexico e virou uma misturama de culturas, o que dá pra ver bem em Santa Fe. Mas eis que por volta de 1690 os indígenas expulsaram os espanhóis do lugar. Apenas em 1848 com a Guerra do México, o New Mexico tornou-se território dos EUA e em 1912 admitido como estado. (grickert também é cultura!)

Motel El Caminho em Albuquerque

Passando pelo vilarejo de San Felipe uma placa acusava “Depressão na Pista”. Mais adiante pude sentir no psicológico este alerta. É de ficar deprimido uma viagem longa por estes lados. Grandes retas e nenhum trativo para mudar a paisagem. Passei ainda pelas pequenas cidades Algodones e Bernalillo até chegar em Albuquerque, a maior e mais agitada cidade do New Mexico.

Albuquerque - New Mexico

Lá a Route 66 virou ruas e avenidas que cortam a cidade. Em muitos pontos os locais são temáticos e levam o nome da Main Street em seus out-doors e placas de entrada. Em Albuquerque não fez nenhuma diferença a desativação da estrada pois a cidade se desenvolveu e engoliu a Main Street. Os trechos da Route que passam dentro da cidade fazem o mesmo caminho do traçado original de 1937.

Deserto

Saindo de Albuquerque mais uma maratona de estrada e deserto. Até me aventurei entrando no meio de uma região arenosa para bater uma foto. Segundo fontes, saindo desta região há 700 milhas (1120 km) de deserto pela frente. Realmente uma nova etapa nesta viagem. Nesta região há alguns cassinos no meio do nada!

Cassino Route 66

O maior que vi era justamente o Cassino Route 66. Mas a depressão que a estrada me causou não me animou para tentar a sorte.

Passei em seguida por San Fidel e McCartys.

Trading Post - San Fidel

Whiting Bros Motel em McCartys - Abandonado

Chegando em Grant logo avistei o Grants Café, um importante marco da história da Main Street. Fiquei surpreso com a quantidade de Moteis ativos que beiram a Route. Pena que não estava no fim da tarde para me acomodar por ali. Por falar nisso, uma curiosidade: Em todos os Moteis que fiquei, exceto o Wagon Wheel em Cuba no Missouri, os proprietários eram todos de descendência indiana. Não indígenas, mas da Índia. E são muitos km rodados e estados diferentes que passei. Creio que esta atividade moteleira tenha sido fortemente adquirida em algum momento por estes imigrantes hindús, pelo menos no oeste americano.

Monumento em Grants

No percurso ainda há um bom trecho em que tive que pegar a I-40 porque a 66 não existe mais ou esta situada em propriedades particulares. Apertei o passo até Gallup, a ultima cidade do New Mexico e a qual ficaria em meu planejamento.

El Rancho Motel

Já mais perto da California que é a capital do cinema mundial, estas cidades que passei pelo Novo México e que vou passar mais adiante no Arizona foram bastante utilizadas como cenários de filmes. Em Gallup a atração mais importante é o El Racho Motel, que tem data de inauguração de 1937 e era desde o início ponto de encontro das estrelas de cinema.

Por falar em cinema, um detalhe que esqueci de mencionar sobre o traçado da Route 66 é que esta escolha de Chicago à Los Angeles tem muito a ver com o cinema. Um dos primeiros diretores de cinema da história chegou a Los Angeles vindo de Chicago. Seu nome era Francis Boggs e ele tinha uma pequena produtora de cinema que quase foi a falência quando estava rodando o épico O Conde de Monte Cristo.

Cena do filme de Boggs

Depois de realizar todas as cenas internas ele se viu em apuros quando a Neve em Chicago acabou com qualquer possibilidade de rodar as cenas externas. Sendo assim, o diretor Bogs e sua equipe se deslocaram rumo ao oeste em busca de uma condição climática melhor para a finalização do filme, o que acabou acontecendo em Los Angeles. As condições eram tão boas que Francis resolveu estabelecer seu negócio ali mesmo e depois disso, outros diretores de cinema fizeram o mesmo. O resultado disso é a Hollywood que conhecemos hoje, a maior potencia do cinema mundial. Cultura, cultura…

Em Gallup, ainda no meio da tarde, resolvi vir para o Motel El Capitain, pois a jornada foi bastante exaustiva hoje. Amanhã é dia de troca de estado e o Arizona me aguarda. Frio na barriga, medo,etc. Hasta la vista, baby.

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