Dia 10

Saindo de Seligman, dei de cara como Mate, do filme Carros. Pelo menos caracterizaram a velha caminhonete para parecer com ele. Realmente Seligman vive o espírito da Route 66. A próxima parada seria em Peach Springs. Antes, mais um parque para conhecer, o Grand Canyon Caverns. O tour dura 45 minutos e é acompanhado de um guia que apresenta e conta algumas histórias sobre a grande caverna. O local era ponto de exploração de pedras preciosas, mas virou uma atração turística em meados dos anos 60. Há uma placa na entrada que diz: O lugar mais inusitado do mundo para passar a noite. Isso porque há um quarto com cama, TV, Sofá, tudo o que é necessário para uma pernoite. Segundo o guia Jonny, para passar a noite ali você tem que desembolsar $ 750.00 dólares. Mais de 200 casais já pernoitaram ali. Interessante que também já foram realizados alguns casamentos no local.

Quarto na caverna

Em uma das paredes rochosas, jonny apontou a lanterna para 5 bouquets de noivas que foram deixados ali. Inclusive o do primeiro casamento, de 1964, que está com as flores bem secas, mas ainda existe. Segundo ele, o local, que fica a 64 metros abaixo da terra, não possui nenhum microorganismo, nada vivo. Nem insetos, nem bactérias. Isso explica a presença dos bouquets de flores secas ali depois de tanto tempo.

Bob Cat

Também há um gato chamado Bob, que viveu por ali e depois que morreu foi mumificado naturalmente. Novamente a falta de microorganismos preservou o animal ali desde sua morte, por volta de 1850. Outra curiosidade interessante é o armazenamento de mantimentos e água que estão estocados lá desde os anos 60.

Mantimento estocado

Segundo o guia, o presidente Kennedy estava receioso na época quanto ao surgimento de uma terceira guerra mundial e isso fez com que os moradores da região estocassem na caverna latas com comida, garrafas de água e medicamentos, tudo enviado pelo próprio governo americano. Mais uma vez a falta de microorganismos vivos na caverna preservou todo este estoque até hoje. A quantidade de mantimentos manteria 2000 pessoas por duas semanas e foi deixado intacto no lugar servindo como atração.

Saindo das cavernas mais algumas milhas para chegar a Peach Springs. Estava curioso em saber o que veria por lá. Imanei que seria uma cidade alegre, com muitas atrações focadas na animação da Pixar, mas que nada, a descepção foi total. Não havia simplesmente nada. Nenhuma mensão se quer à Route 66. Fiquei muito instigado e resolvi sair do traçado e entrar mais no interior da cidade que é minúscula. Realmente não havia nada. Apenas uma escola e um predio grande onde funciona a central da Reserva Indígena Hualapai. Foi aí que eu entendi. Passando pela cidade, só haviam casas e mais uma vez ninguém pelas ruas. Em certo momento vi duas crianças de aparencia indígena brincando na calçada. Depois um outro grupo de pessoas em um quintal e eram todos com cara de índios. Nos carros que eu cruzei na rua também pessoas com traços indígenas. Tava explicado… esta é uma região de preservação da reserva dos índios Hualapai. Todos lá são índios e logicamente não moram mais em cabanas ou ocas. São índios modernos, que andam vestidos com calças jeans e com suas caminhonetes 4×4, etc. Saí de lá e retornei à rota.

Power House em Kingman

A próxima cidade seria Kingman, uma cidade já maior e com algumas atrações sobre a Route 66.  Lá a Main Street vira a Andy Devine BLVD que corta um bom pedaço da cidade com muitos moteis, diners, gift shops, etc. Cheguei até o Power House Visitors Center que tem um museus sobre a Route e um loja de artigos da 66. No museu algumas placas antigas e algumas réplicas de ambientes como Gas Stations e lanchonetes. Um lugar bem interessante. No fim da esposição era exibido em um mini cinema um documentário sobre a Route 66 no Arizona, principalmente o trecho entre Seligman à Kingman, que é um trajeto bem atrativo porque está bem distante da interestadual I-40.

Museu na Power House

O doc conta como a cidade de Seligman reagiu à desativação da Route nos anos 80 e imediatamente respondeu, com a criação de assossiações para manter aquele caminho ativo e desde os anos 80 a cidade já era cheia de lojas de artigos sobre a 66 e um ponto de encontro dos apaixonados pela Main Street, como é ainda hoje.

Saindo de Kingman peguei um desvio da rota pela Route 93 para Las Vegas para conhecer a famosa cidade dos Cassinos. Já estava perto das 5:00 pm e fiquei apreensivo, pois meus planos eram de chegar lá numa segunda-feira, mas acabei adiantando para sábado e não sabia que tipo de movimento encontraria e se acharia moteis com um bom valor. Acabei errando a entrada principal de cidade e fiz um contorno para tentar chegar mais perto. Em Vegas os acessos são por vias enormes, cheias de viadutos, se você erra uma vez, tem que andar bastante para voltar ao lugar que devia entrar, um pouco Parecido com São Paulo, embora a cidade seja bem menor. Enfim, acabei entrando na Las Vegas Blvd que tem uma série de Moteis em sequencia com preços acessíveis conforme os outros lugares que passei percorrendo a 66. Fiquei no Fun City, um

Fun City Motel

pouco longe de Downtown, mas foi bom para caminhar e conhecer um pouco da cidade. Las Vegas é famosa pelas capelas de casamento. Na rua que caminhei haviam pelo menos umas 10. Cheguei em Downtown Las Vegas, a parte mais recheada de eventos da idade. Aquilo é um antro de perdição. Pode se comparar um pouco com a Times Square de NY. Uma mistura de gente, lojas de presentes, camisetas, quinquilharias e claro, os cassinos.

Capela de casórios

E tudo isso com mais um agravante, ou melhorante, dependendo do ponto de vista: Cheio de mulheres de shortinhos e barriga de fora, dançando nos balcões de bares, fantasiadas para tirar fotos na avenida principal, e também trabalhando como crupiês nos cassinos. Um ambiente bastante apelativo. Fora isso, a rua tem um monte de artistas e pseudo artistas fazendo alguma coisa para tentar levar alguns dólares… Tem gente fantasiada de bichinhos para tirar fotos com crianças, mas com fantasias totalmente encardidas, tem chinês tocando um instrumento estranho, tem gêmeas fantasiadas com alegorais carnavalescas, e tem palcos em alguns pontos onde ocorrem algumas apresentações esporádicas.

Garotas dançando no balcão do bar

Além disso, o teto côncavo na extensão da avenida é um telão que a cada hora é acionado, desligando as luzes dos letreiros de todos os cassinos e passa video clipes com animações, quando  todos ficam olhando para cima. Um show de entretenimento. Já que estava em Vegas, tive que fazer uma apostinha em um dos cassinos.  Peguei $20 em fichas para jogar na roleta de 1$. Em 10 minutos eu já estava com $70 na mão… já vieram me oferecer bebidas e tudo mais. ahaha, que sarro. No fim, minha sorte não me levou muito longe e acabei perdendo tudo! Os cassinos são cheios de pessoas visivelmente viciadas em jogo. As pessoas se perdem ali.

Raymond & Charile Babbit no Stratosphere

Fui embora sem ver aquele glamour dos cassinos do cinema. Pelo menos ali não tinha cara de hollywood. Na volta parei para comer comida venezuelana em uma esquina perto do Motel. Resolvi entrar em um outro cassino, o Stratosphere, onde Tom Cruise e Dustin Hoffman ganham uma bolada no filme Rain Man.. Este bem afastado da Downtown e o ambiente era melhor realmente, mas  mesmo assim, acho que não batia o luxo do cassino que fui na Argentina com meu primo Norton no ano passado e conseguimos ganhar R$ 600,00 apostando R$ 50.

Stratosphere Casino

Com certeza os cassinos de luxo de Las Vegas devem estar em outro lugar, mas eu não conseguiria entrar de bermuda e camiseta… Vou voltar para Kingman e pegar um caminho legal da Route 66. Próximo encontro na Califórnia!

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5 respostas para Dia 10

  1. Esqueci de te falar sobre o hotel antes de vc ir pra Vegas!
    Imagino que vc esteja pagando bem pouco aí no Fun City, mas se vc for ficar mais tempo aí em vegas, se vc pretender subir ao topo da stratosphere tower, e se estiver lendo o meu comentário a tempo, passe pelo menos uma noite no Stratosphere Hotel aí do lado. Eu já fiquei lá e é muito barato. Acabei de checar online e tem quartos por $40 incluindo acesso ilimitado ao topo da torre (só ticket de acesso a torre para os não hóspedes custa $16) e além disso vc ganha um vale “2-1 dinner buffet” o que significa que vc pode convidar uma gata por aí e levá-la pra jantar de graça 🙂 rs rs Sem contar q sempre tem música ao vivo legal dentro do stratosphere. Acho que vc só vai conseguer essa good deal reservando o hotel direto pela internet….
    https://www.reztrip.com/RezTripWeb/specialPromo.do?id=code1%3D4259331%26code2%3D11774348

    • grickert disse:

      Putz, paguei praticamente isso no motelzinho. Eu sabia que dias de semana os hoteis grandes costumam ser bem baratos, mas como era sabado eu nem fui ver pra saber. Bem, paciencia… Valeu!

  2. hahaha Esquece….agora que vi q vc já saiu de vegas 😦 Tá certo…eu não gostei muito de vegas tb…. e é bem isso que vc falou… não há glamour nos casinos… pelo contrário só doido e viciado jogadando e perdendo tudo sem parar.

  3. Wa disse:

    Belo Tour… A Caverna, o Quarto Sinistro, Bob Cat mumificado… Realmente very interessant…
    Bem que podiam fazer um teto côncavo eletrônico aqui na 24 hs Street, hein…?
    Falando em jogo, já arriscou na Loteca deles…? De repente pode sair a tua despesa da
    viagem e quem sabe, uma nova Trilha…! Sô voluntário prá Malas…!

  4. CANEPARO disse:

    DECEPÇÃO, NEM COLOCOU UM DÓLAR NA TANGA DAS MOÇAS OU USUFRUIU DUMA LAP DANCE… ISSO SIM ERA CLÁSSICO DE HOLLYWOOD.

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